Home » Arritmia Cardíaca – Métodos diagnósticos

Arritmia Cardíaca – Métodos diagnósticos

Avaliar post

Você conhece…sabe solicitar?

Para diagnosticar com precisão se realmente há e qual o tipo específico de arritmia, existem alguns exames diagnósticos principais que pediremos durante o processo de avaliação da sua condição.

Este tema gera muitas dúvidas, pois muitas vezes o diagnóstico pode ser feito com um simples eletrocardiograma convencional ou poderemos utilizar até dispositivos implantáveis de monitorização para um diagnóstico definitivo.

Neste post você entenderá para que serve cada um dos métodos diagnósticos mais comuns e o porquê de solicitarmos cada um deles. Então, aproveite a leitura para conferir todos os detalhes!

 

O que são arritmias cardíacas?

Basicamente, definimos como arritmia cardíaca qualquer condição que afete os batimentos cardíacos tornando-os mais lentos (bradicardia), mais rápidos (taquicardia) ou irregulares. Se a arritmia inicia-se nas câmaras superiores do coração (átrios) denominamos supraventriculares e nas câmaras inferiores (ventrículos) denominamos ventriculares. Também podem ser contínuas ou paroxísticas. Tais classificações são relevantes para definirmos métodos diagnósticos, causas, tratamento e prognóstico. É importante evidenciar que arritmia cardíaca não é uma única doença, mas sim um grupo de alterações elétricas cardíacas que podem variar em intensidade, tratamento, gravidade e prognóstico. Como exemplos de arritmias temos a taquicardia paroxística supraventricular, fibrilação atrial, flutter atrial, taquicardia atrial, extrassístoles atriais e ventriculares, taquicardia ventricular, fibrilação ventricular, entre outros.

Temos algumas doenças e/ou hábitos que podem ter associação com as arritmias em geral:

– Hipertensão arterial sistêmica (HAS)

– Infarto agudo do miocárdio

– Infarto do miocárdio prévio

– Síndrome da apneia e hipopneia obstrutiva do sono (SAHOS)

– Abuso do álcool e tabagismo

– Alterações dos íons do sangue, como potássio, magnésio e cálcio

– Alterações estruturais cardíacas

– Doenças genéticas que alteram o funcionamento celular

– Obesidade e sedentarismo

– Infecções agudas de qualquer foco

Tais fatores associados também são muito relevantes, pois muitas vezes devemos tratar a causa de base para controlarmos a arritmia com sucesso.

 

 

Principais exames diagnósticos que poderemos solicitar para melhor avaliação

– Eletrocardiograma

Exame não invasivo, prático e indolor, o bom e velho eletrocardiograma traz informações valiosíssimas. Por mais que seja um exame curto, de 10 segundos de duração, ele nos mostra o ritmo cardíaco naquele momento, sendo muito útil quando o paciente está com sintomas naquele determinado instante. Também analisamos outros sinais como se há sequelas elétricas de infarto prévio, presença de isquemia cardíaca aguda, alterações sugestivas de doenças genéticas do coração, entre outras informações técnicas.

 

Holter de 24 horas

              Exame não invasivo, indolor e de fácil acesso, o holter analisa os batimentos cardíacos durante 24h buscando episódios de arritmias por um período mais prolongado que o eletrocardiograma. Exame muito útil para os casos em que o paciente possui sintomas frequentes, não contínuos ou mesmo para buscar ativamente arritmia em pessoas de alto risco (pós infarto agudo do miocárdico por exemplo).

 

– Looper de 7 ou 14 dias

              Exame muito semelhante ao holter 24h, porém com duração de até 14 dias. Muito útil para os casos em que os sintomas são muito esporádicos e não foram detectados no holter 24h. Exame não invasivo e de difícil acesso, em geral sem cobertura pela maioria dos convênios.

 

– Monitor de eventos implantável ou looper implantável

              Este método diagnóstico depende do implante de um dispositivo embaixo da pele, no tórax à esquerda. Monitoriza os batimentos cardíacos continuamente e serve para pesquisarmos arritmias muito infrequentes ou para descartarmos arritmias como causa de desmaios e AVC. A duração da bateria é de aproximadamente 3 anos e o dispositivo pode ser retirado caso não tenha mais necessidade ou tenha acabado a bateria.

– Teste ergométrico

              Exame muito difundido, de fácil acesso e muito importante na avaliação de arritmias cardíacas. Acompanhamos com eletrocardiograma o comportamento elétrico do coração durante o esforço físico. Algumas arritmias podem aparecer ou piorar com a atividade física ou após o esforço intenso. Exame que também serve de parâmetro para liberarmos o paciente para realização de exercícios.

– Ecocardiograma

Este exame não avalia a arritmia em si, mas sim a estrutura cardíaca como um todo. Em geral, arritmias de coração normal tendem a ser mais benignas do que de corações estruturalmente alterados. Exame bem difundido, acessível e indolor. Sempre realizado na triagem inicial dos casos.

– Ressonância magnética cardíaca morfológica e funcional

Exame mais complexo, com disponibilidade limitada, mas que avalia detalhes importantíssimos da estrutura cardíaca. Para alguns tipos de arritmia é um exame que agrega muita informação que auxilia no planejamento terapêutico e no prognóstico de algumas arritmias. Um empecilho frequente é a claustrofobia que a ressonância nuclear magnética desperta em algumas pessoas. Por vezes é necessário a realização do exame com sedação, sob acompanhamento do anestesista.

– Angio-tomografia de coronárias

Este exame avalia as artérias do coração. Alguns tipos de arritmia podem acontecer em decorrência de obstrução ao fluxo de sangue nestas artérias e podem levar a arritmias. Para alguns tipos de arritmia é mandatório descartar a presença de obstrução. Exame rápido, com disponibilidade limitada e que nos auxilia muito no planejamento terapêutico.

 

Estudo eletrofisiológico

Exame invasivo, indicado para situações em que o paciente tem sintomas muito sugestivos de arritmia mas que não foi flagrado em nenhum exame não invasivo, quando precisamos avaliar integridade do sistema elétrico cardíaco, em algumas situações em que temos que avaliar risco de uma determinada arritmia causar morte súbita, entre outras indicações menos frequentes. Exame se baseia na entrada de cateteres pela veia femoral que chegam até o interior do coração. Avalia-se a velocidade de transmissão dos impulsos elétricos, indução de arritmias, localização destas arritmias no interior do coração, integridade do sistema elétrico e diversos outros aspectos. Exame com boa disponibilidade, baixo risco, mas que exige cuidados posteriores principalmente com o local da punção.

 

A decisão sobre a escolha dos melhores exames dependerá da opção de seu médico e da disponibilidade dos mesmos. A escolha deverá ser criteriosa, muitas vezes partindo de exames menos complexos para mais complexos a medida que se faz necessária maiores informações. A solicitação do exame deve partir de alguma suspeita e com algum objetivo. O exame solicitado sem qualquer hipótese pode trazer mais dúvidas e não auxiliar no diagnóstico. Importante sempre lembrarmos que tratamos o PACIENTE e não o exame. Isso significa que o objetivo é sempre dimensionar os riscos do paciente, trazendo alívio e resolução dos sintomas.

 

Comece a cuidar do seu coração hoje mesmo!

Não é de conhecimento geral, mas existem médicos cardiologistas especializados em tratar arritmias cardíacas. Coração muito acelerado ou muito lento, exercícios físicos intensos, sintomas como palpitações, desmaios, ansiedade e cansaço excessivo, história familiar de morte súbita e alterações estruturais do coração, podem exigir uma avaliação detalhada do coração, inclusive quanto a arritmia. Não deixe de procurar seu médico de confiança e fazer uma avaliação pormenorizada destes aspectos. Assuma a responsabilidade pela sua saúde e cuide-se. Grande parte das alterações cardíacas tem tratamento bem definido e com excelentes resultados.

– Cardiologia

– Arritmia Cardíaca

– Marcapasso 

– Cardiodesfibrilador e Outros Dispositivos Cardíacos

Dr. Marcel Moussa © 2023. Todos os Direitos Reservados

Enquanto isso deixe seus dados e se cadastre para saber informações